sexta-feira, 10 de março de 2017

Primavera no ar

Os putos já cheiram a primavera. Estão todos com vontade brincar, deitar-se ao sol até quase ficarem cozidos e encherem as patas de relva de tantas e tantas corridas. Hoje o dia tem sido um desses tais!


As sombras também começam a ser apetecíveis... se até aqui os raios de sol eram cobiçados por todos, agora já procuram as sombras nas horas de maior calor, sobretudo a Sam, preta, guarda mais o calor.

Adoro o cheiro com que ficam no pelo, cheiram a sol depois de um bocado de brincadeira. Costumo dizer que vivia bem num sítio onde só existisse uma estação - o verão - que gosto mesmo é do verão, mas a primavera tem de facto um "espírito" muito especial... cheiros e cores...

FOX

FOX e PIPO

FOX e PIPO

FOX e PIPO

SAM

FOX e PIPO

FOX e LILI

FOX

PIPO

SAM


LILI

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Fox? Oui, C'est moi!

Este é o Fox, o cão que era o cão dos vizinhos e que agora é nosso. É um grande estiloso e roedor inveterado, come tudo cá em casa, casa incluída, mas é um cão bestial! É meigo, brincalhão, piegas, chato, teimoso, aventureiro, enérgico, divertido, boa onda... Podia dizer, dizer e dizer, há muito para dizer de um bicho que nos enche o coração, mas não vou por aí. Vou antes contar a história deste cão... do Fox, do cão com um olho de cada cor, que tornou os meus dias muito mais movimentados, mesmo até complicados, mas que me enche o coração de tanto que sinto o seu gostar. 




O grandalhão, que é como mais gosto de chamá-lo, está connosco há quase 3 meses. Era o cão dos vizinhos do lado. Estava lá, num canto do jardim, acorrentado, sem ver a rua, sem ver ninguém, sem fazer nada. A sua existência resumia-se a latir, uivar, ganir, chorar... e passava nisso dias inteiros. 

O canto do jardim onde acorrentaram o grandalhão é mesmo por baixo da janela do meu quarto. Adormecia e acordava a ouvir o seu pranto. Tanto durou que um dia resolvi agir... Existe no site da Câmara Municipal de Sintra, concelho onde habito, um folheto que condena o acorrentamento dos cães. Infelizmente não passa disso mesmo de um folheto com boas intenções, uma vez que o acorrentamento não faz parte da lista de maus tratos infligidos a animais que podem ser condenados por lei. Se o cão estiver vacinado, chipado, se não estiver excessivamente magro, se não existir evidência de ser vítima de tratamento abusivo (leia-se se não estiver cheio de cicatrizes ou feridas), o facto de estar acorrentado não consiste por si só em crime. É assim neste país, onde, verdade seja dita, já foi pior. Apesar de lentamente, as coisas estão a mudar, felizmente!



Pronto, mas eu coloquei o tal folheto na caixa do correio dos vizinhos, acompanhado de uma cartinha ainda simpática, onde pedia a sua compreensão para o facto de o bicho estar a sofrer constantemente, sem qualquer tipo de distração para preencher os seus dias, a viver uma vida de angústia. Na carta deixei-lhe os nossos contactos se quisesse falar pessoalmente. Ligou a vizinha uns dias depois... que o cão destruia tudo, que os miúdos tinham medo dele, que saltava muito, que lhe tinha comido os fios do motor dos portões, que fazia buracos, enfim, um verdadeiro monstro das bolachas, pela descrição. Ficou tudo na mesma, o bicho a chorar e eu a ouvir, ficava doido cada vez que ouvia alguém a entrar ou sair de casa, cada vez que ouvia o os portões ou as portas a abrir... um dia o meu marido não aguentou... ligou-lhe e foi o desastre, pois segundo a nossa vizinha nada tinhamos a ver com o assunto, o cão era deles, estava em casa deles, era problema deles... Nesse dia ligámos à GNR, apresentámos queixa e depois ainda dormíamos pior sem saber como reagiriam a uma visita das autoridades... Derradeira tentativa: o meu marido enviou um SMS a oferecermo-nos para ficarmos com o cão. Sem resposta. Passaram alguns dias, poucos, e eis que no dia 8 de Dezembro, logo pela manhã, recebemos um telefonema da vizinha do lado, o cão, que há 3 ou 4 dias estava solto, tinha comido um estendal de roupa, inteiro! Se quiséssemos podíamos ficar com ele, que não o queriam, que era doido! Ok, fomos buscá-lo nesse mesmo dia. O Cayon, o seu nome à altura, com caderneta de vacinas e microchip, tudo datado de dia 5 de Dezembro, veio para casa connosco. Coincidência, num cão com quase um ano de vida e já uns bons meses em casa da sua primeira "família" que a ida ao veterinário tenha sido no dia imediatamente a seguir ao envio do nosso SMS? 



Fomos logo fazer um passeio de apresentação, aconselhado pela Ana Andrade, a diretora técnica e treinadora na ATAAC, a escola onde treinamos os nossos cães, em quem confio nestas matérias como em mais ninguém e a quem liguei logo que soube que íamos aumentar a família. Só ela, para de imediato se disponibilizar a ir passear connosco, a forma de apresentarmos o novo membro da família aos outros 3 cães que já tínhamos. Fomos ali para os lados da serra do nosso concelho, um passeio muito simpático e um primeiro passo muito importante. 

Hoje, quase 3 meses passados, convivem todos pacificamente. O Pipo, o nosso cão branco, é o mais ciumento e o Fox é dele que também mais ciúmes tem. Como tem tendências dominantes e não está castrado, tenta, como pode e nós o deixamos, dominar o Pipo, mas sem rasgos agressividade, só a necessária à sua condição de dominante :) Adora a Lili e gosta bastante da Sam. Tem imensa vontade de brincar com os gatos mas não percebe que é grande demais, o grandalhão, e que os gatos não estão para o aturar. Mas é só isso... Come um bocadinho de edredons e almofadas demais, mas estamos em fase de progressos. E paciência, temos que ter muita paciência como em tudo na vida, tudo o que queremos com muita força fazer acontecer. O Cayon, agora Fox, é o nosso puto com tudo o que isso implica. 

No dia de Natal, fomos passear os cães na aldeia onde moramos, como habitualmente. Logo a subir a rua contigua à nossa, apareceram os putos dos vizinhos com uma tia, que tirámos pelas parecenças...  se podiam fazer festinhas ao Cayon... os tais miúdos que tinham muito medo da "fera", que se derreteu com as festas dos putos, como o cão bem disposto e meigo que é e sempre foi.


Ah! E, por mais que procurasse, nunca encontrei os panos da loiça, meias e camisolas que a vizinha diz que o nosso grandalhão lhe comeu...